Estava pensando
neste dia e em seu significado.
Na rua, o
barulho da fanfarra da escola, que se prepara para ir ao desfile. Que barulho
chato! Deus! Será que estou ficando um velho ranzinza, será?
Onde estudo,
hoje chamada de pós-médio, período noturno, o coordenador do nosso curso andou
passando nas salas, no decorrer da semana, buscando voluntários para “marchar
pela escola”. Oferecia inclusive dois pontos na média em duas disciplinas
distintas e a nossa escolha.
É o patriotismo
da vantagem e do interesse! Ou será mera coincidência estarmos em época de
campanha eleitoral, para os significativos cargos de vereadores e prefeito de
nossas cidades, e o súbito e nada coerente ataque de civismo dos dirigentes da
escola?
Sim pode ser!
Mas fiquei
matutando o tal “dois pontos na média”.
Qual o preço de
ser um bom aluno?
De encarar um
dia de trabalho, e deixar filhos com filhos, e dedicar suas noites de segunda a
sexta feira, para ouvir, ver e perceber a falta de preparo de alguns
educadores? De constatar que o conteúdo básico de cada disciplina passa longe
das salas de aulas e dos programas de ensino tão bem emoldurados em documentos
oficiais encadernados com espirais, que lembram muito a espiral de uma viagem
do faz de conta.
O faz de conta
que as escolas recebem verbas suficientes para manter seus cursos, o faz de
conta de professores admitidos em caráter temporário que complementam suas
rendas com o “bico” da educação. O faz de conta de alunos que reclamam dos
eventuais atrasos do corpo docentes, mas sentem um irresistível prazer em
“matar” aula.
Em verdade,
creio que não exista um “preço”.
O valor de ser
alguém que não se venda, que não se entregue ao desanimo e a descrença. Que
apesar do mínimo oferecido pelo nosso sistema educacional, persista no sonho,
na vontade íntima de ser a diferença. Nem que para tanto, tenha que mergulhar
na ineficiência que teima reinar na educação, e apesar da água suja que possa
engolir, vai atingir a outra margem. E saíra caminhando, sem muletas ou
apadrinhamentos. E sem os tais dois pontos na média…
E viva o dia da
independência!
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