sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Sete de setembro de dois mil e doze

Estava pensando neste dia e em seu significado.
Na rua, o barulho da fanfarra da escola, que se prepara para ir ao desfile. Que barulho chato! Deus! Será que estou ficando um velho ranzinza, será?
Onde estudo, hoje chamada de pós-médio, período noturno, o coordenador do nosso curso andou passando nas salas, no decorrer da semana, buscando voluntários para “marchar pela escola”. Oferecia inclusive dois pontos na média em duas disciplinas distintas e a nossa escolha.
É o patriotismo da vantagem e do interesse! Ou será mera coincidência estarmos em época de campanha eleitoral, para os significativos cargos de vereadores e prefeito de nossas cidades, e o súbito e nada coerente ataque de civismo dos dirigentes da escola?
Sim pode ser!
Mas fiquei matutando o tal “dois pontos na média”.
Qual o preço de ser um bom aluno?
De encarar um dia de trabalho, e deixar filhos com filhos, e dedicar suas noites de segunda a sexta feira, para ouvir, ver e perceber a falta de preparo de alguns educadores? De constatar que o conteúdo básico de cada disciplina passa longe das salas de aulas e dos programas de ensino tão bem emoldurados em documentos oficiais encadernados com espirais, que lembram muito a espiral de uma viagem do faz de conta.
O faz de conta que as escolas recebem verbas suficientes para manter seus cursos, o faz de conta de professores admitidos em caráter temporário que complementam suas rendas com o “bico” da educação. O faz de conta de alunos que reclamam dos eventuais atrasos do corpo docentes, mas sentem um irresistível prazer em “matar” aula.
Em verdade, creio que não exista um “preço”.
O valor de ser alguém que não se venda, que não se entregue ao desanimo e a descrença. Que apesar do mínimo oferecido pelo nosso sistema educacional, persista no sonho, na vontade íntima de ser a diferença. Nem que para tanto, tenha que mergulhar na ineficiência que teima reinar na educação, e apesar da água suja que possa engolir, vai atingir a outra margem. E saíra caminhando, sem muletas ou apadrinhamentos. E sem os tais dois pontos na média…
E viva o dia da independência!

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